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É fácil se relacionar através da pena.

Convivendo diariamente com seres adoráveis, fofos e que amo mais que tudo, seria muito simples ceder a esse sentimento. Relacionar-se por meio da pena, no entanto, implica um desnivelamento das relações: ao não suportarmos o desagrado do outro, acabamos cedendo aos seus desejos e nos tornando "os bonzinhos". Pronto, ambos aparentam estar felizes.


Porém, ao agir dessa forma, anulamos nossas vontades e, principalmente, desconsideramos a capacidade do outro de lidar com seus próprios sentimentos. Por exemplo, quando chove, preciso colocar Frederico, meu coelho, na garagem. É claro que devo fazer isso antes da chuva chegar. É natural que ele fique extremamente irritado comigo, mas essa atitude é essencial para garantir a segurança dele e a minha.


Relacionar-se significa compreender que, em certos momentos, é necessário tomar decisões difíceis, mesmo que desagradem o outro. Isso não diminui o cuidado; pelo contrário, o potencializa. Cuidar, no sentido mais profundo, é respeitar as necessidades de quem amamos sem perder de vista as nossas, reconhecendo os limites de cada um.


Frederico pode ficar bravo hoje, mas amanhã estará seguro, saudável e feliz. E isso é o que realmente importa. Não podemos evitar o desagrado, por mais que tentemos. Porém, podemos confiar em nossa capacidade de lidar com ele, sem medo ou culpa.

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Prazer, a humana.

Olá, meu nome é Marcela Figueiredo, sou artista, autista, psicóloga e arteterapeuta responsável por uma linda - e enorme - família multiespécie. Seja bem-vinde ao nosso mundo.
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